Jornal GGN – O subprocurador Antonio Carlos Martins Soares, que teria sido indicado pela defesa de Flávio Bolsonaro para comandar o Ministério Público Federal, assinou, no site Justiça & Cidadania, em 2014, um artigo criticando a democracia – um “verdadeiro embuste” – e a liberdade de imprensa. O motivo: regras eleitorais com as quais ele não concorda.
Segundo Soares, “a democracia tal como é hoje praticada nos países ocidentais e imposta ao resto do mundo como modelo de regime político se apresenta como um verdadeiro embuste.”
No raciocínio do candidato à PGR, a imprensa dá tratamento desigual aos candidatos, a depender do tamanho do partido político. Por isso a disputa eleitoral “se mostra inteiramente desigual.”
A liberdade de imprensa, segundo Soares, “tornou-se cada vez menos uma faculdade individual de todos, passando a ser cada vez mais um poder de poucos.” E os jornais só defendem a democracia porque é de seu interesse ajudar a eleger determinados candidatos.
“Hoje em dia, como é notório, os meios de comunicação de massa deixaram de ser a expressão de liberdade e autonomia individual dos cidadãos, antes revelam os interesses comerciais e ideológicos de grandes organizações empresariais, institucionais ou de grupos de interesses. Daí porque o acesso aos veículos de comunicação de massa passou a ser determinante na disputa entre candidatos em qualquer eleição.”
Para o favorito dos Bolsonaro, as regras eleitorais que prejudicam partidos nanicos “afrontam o postulado da igualdade de oportunidades que deve orientar todo regime que se pretenda democrático.”